Nome do Programa

 

Africanidades em sala aula: formando professores para o ensino de Cultura Afro-Brasileira e Africana nas escolas públicas de Santarém-PA”

 

 

Instituto/Programa:

 

Instituto de Ciências da Educação – ICED

 

Professor Coordenador

 

Luiz Fernando de França

 

  1. JUSTIFICATIVA

Com a instituição das leis 10. 639, de 09 de Janeiro de 2003 (que tornou obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras), da 12.288, de 20 de Julho de 2010, que estabelece o Estatuto da Igualdade Racial (e que, dentre outras políticas, assegura a incorporação “nas matrizes curriculares de formação de professores temas que incluam valores concernentes à pluralidade étnica e cultural da sociedade brasileira”) é fundamental que a Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA, enquanto instituição pública, priorize estudos que tenham como foco as manifestações artísticas e culturais africanas, afro-brasileiras e afro-amazônicas e que discutam de maneira crítica a inclusão dessas áreas nos currículos da Educação Básica e Superior. Tal importância não se deve apenas pela existência de uma legislação específica, mas também pela necessidade de se construir, já no espaço acadêmico, uma educação antirracista e reparadora que desconstrua históricos estereótipos em torno população negra e de suas manifestações culturais. O próprio Estatuto da Igualdade Racial determina que “os órgãos federais, distritais e estaduais de fomento à pesquisa e à pós-graduação poderão criar incentivos a pesquisas e a programas de estudo voltados para temas referentes às relações étnicas, aos quilombos e às questões pertinentes à população negra” (art. 12). Tal determinação pode também ser encontrada nas “Diretrizes Curriculares nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana”, publicado pelo Ministério da Educação e pela Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial – SEPPIR, visto que consta nesse documento que precisam ser providenciados a “inclusão, respeitada a autonomia dos estabelecimentos do Ensino Superior, nos conteúdos de disciplinas e em atividades curriculares dos cursos que ministra, de Educação das Relações Étnico-Raciais, de conhecimentos de matriz africana e/ ou que dizem respeito à população negra” (p. 24), bem como “realização, pelos sistemas de ensino federal, estadual e municipal, de atividades periódicas, com a participação das redes das escolas públicas e privadas, de exposição-avaliação e divulgação dos êxitos e dificuldades do ensino e aprendizagem de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e da Educação das Relações Étnico-Raciais”. Assim, destacamos que a realização do programa de extensão “Africanidades em sala de aula: formando professores para o ensino de Cultura Afro-Brasileira e Africana nas escolas públicas de Santarém-PA” vinculado ao Programa de Letras (ICED) é de visível pertinência, pois trata-se de um curso de formação de professores de língua portuguesa e literatura, e que necessariamente não deve excluir de sua proposta curricular a presença africana na formação lingüística, artística, religiosa, cultural e, portanto, social do Brasil e da Amazônia. Nesse sentido, a universidade tem um papel transformador, visto que para formação de um “educador antirracista”, um passo importante é a existência de cursos de formação de professores conscientes dessa necessidade acadêmica, política e pedagógica. Este programa de extensão nasce justamente com a pretensão de contribuir nesse processo, pois além de atuar de maneira prioritária com a formação continuada de professores que já estão em sala de aula, se constituirá com espaço formativo e reflexivo dos acadêmicos do Curso de Letras e de outras licenciaturas da Universidade Federal do Oeste do Pará (Pedagogia, História, Geografia, Artes ,dentre outras).

2. OBJETIVOS

 

Objetivo Geral:


Promover, considerando as várias dimensões que envolvem a temática “Cultura Afro-Brasileira e Africana”, a formação dos professores das escolas públicas de Santarém, com intuito de constituir “novas mentalidades”, posturas profissionais reflexivas e críticas diante do tema e, sobretudo, uma educação antirracista e reparadora.


Específicos:
 

Realizar encontros periódicos de formação e estudo sobre “Cultura Afro-Brasileira e Africana” para os professores das escolas públicas do município de Santarém-PA;

Elaborar materiais didáticos (com recursos textos, audiovisuais, musicais...) que auxiliem o professor no encaminhamento dos conteúdos em sala de aula, assim como avaliação crítica dos já existentes;


Desenvolver estratégias para a inclusão, nos currículos escolares, dos conteúdos relacionados à “Cultura Afro-Brasileira e Africana”, assim como contribuir na seleção de temas, textos, recursos e na elaboração de atividades e planos de ensino disciplinares e interdisciplinares;


Desenvolver uma postura investigativa do professor em torno das africanidades brasileiras e amazônicas, da formação sócio-cultural da região oeste do Pará e do município de Santarém, com ênfase na presença de elementos da cultura africana;


Possibilitar a formação continuada de professores das escolas quilombolas do município de Santarém-PA;


Possibilitar o envolvimento de acadêmicos (as) das licenciaturas da Universidade Federal do Oeste do Pará (especialmente os alunos do Curso de Letras que participam do Grupo de Pesquisa “Literatura, ensino e africanidades”) com as atividades de pesquisa em estudos literários e culturais, assim como em atividades que integram o conhecimento teórico e prática pedagógica na escola.

 

3. METODOLOGIA E CRONOGRAMA

 

Vinculado ao grupo de pesquisa “Literatura, ensino e africanidades”, do Curso de Letras da Universidade Federal do oeste do Pará (UFOPA), o programa Africanidades em sala de aula: formando professores para o ensino de Cultura Afro-Brasileira e Africana nas escolas públicas de Santarém-PA, como os próprios objetivos explicitados aqui demonstram, possui um grande desafio: promover a Educação das relações étnico-raciais. Considerando a amplitude da demanda, o programa realizou, em certa medida, uma delimitação temática e optou por destacar dois conteúdos: cultura afro-brasileira e cultura africana. Contudo, temos consciência de que a dimensão “delimitada” dos dois conteúdos é apenas aparente. O aspecto dinâmico e plural das culturas africanas, por exemplo, já foram ressaltadas neste projeto. Ressaltamos, todavia, que o intuito desse programa é justamente propiciar o reconhecimento dessa diversidade e desenvolver um processo de positivação. Assim, para dar conta dessas “múltiplas vozes culturais” o curso de formação foi dividido em 08 (oito) encontros de formação.

 

 

. EQUIPE DE TRABALHO

 

Docente (coordenador):

Luiz Fernando de França – UFOPA/ICED

 

Discentes-bolsistas:

Alessandra Helena Araújo Corrêa - Letras

Hudson Romário Melo de Jesus - Pedagogia

Keliane Pinto de Freitas – Pedagogia

Marília Cristina da Silva Correa - Letras

Marlisson Sousa de Andrade – Letras

Rafaela Ferreira de Araújo – Letras

Rodrigo Caetano Sousa – História/Geografia

Zanara Sousa da Silva – Letras

 

Docentes-colaboradores:

Carla Ramos – UFOPA/ICS

Willivane Melo – UEPA

Desconstruindo estereótipos

 

Considerando a necessidade de implementação da Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003 (que tornou obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras), o programa de extensão “Africanidades em sala de aula”, sustentado pelas “Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira a Africana” (CNE CP 03/2004), tem por objetivo central promover, a partir das várias dimensões que envolvem a temática “Cultura Afro-Brasileira e Africana”, a formação dos professores das escolas públicas de Santarém, com intuito de constituir “novas mentalidades”, posturas profissionais reflexivas e críticas diante do tema e, sobretudo, uma educação antirracista e reparadora.

 

Conheça a África que não lhe mostraram!

Este site é destinado de forma mais especial para os educadores e futuros professores a qual se constitua como espaço de desconstrução de estereótipos e ideologias racistas e possibilite a formulação de um processo de ressignificação dos elementos culturais afro-brasileiros e africanos.

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